“A Queda do Java: Como o Gigante das Linguagens Perdeu Espaço para o Python e o JavaScript”
22/10/2025 22:04
Por Camila Andrade
Durante muitos anos, o Java foi sinônimo de estabilidade e robustez. Presente em sistemas bancários, aplicativos empresariais e plataformas Android, a linguagem criada pela Sun Microsystems em 1995 consolidou-se como uma das mais usadas no mundo. No entanto, a partir de 2020, um movimento gradual começou a mudar o panorama da programação global.
Segundo o relatório Stack Overflow Developer Survey 2025, o Java caiu para a sétima posição entre as linguagens mais utilizadas, perdendo espaço para Python, JavaScript, TypeScript e Go. A principal razão apontada pelos especialistas é a complexidade e lentidão no desenvolvimento, especialmente quando comparada às linguagens modernas.
“O mercado exige agilidade e flexibilidade. O Java continua sendo excelente em aplicações corporativas, mas perdeu apelo entre novos desenvolvedores e startups que preferem soluções mais leves e intuitivas”, explica Eduardo Vieira, analista de tecnologia e professor de programação.
Além disso, a ascensão da Inteligência Artificial e da Ciência de Dados favoreceu o uso do Python, que oferece uma gama de bibliotecas e frameworks dedicados a essas áreas. Enquanto isso, o Java manteve foco em ambientes tradicionais, como sistemas legados e back-end corporativo, o que limitou sua penetração em novos ecossistemas.
Outro ponto crítico foi a mudança no licenciamento do Java pela Oracle, que gerou incerteza em empresas sobre custos e atualizações, levando muitos desenvolvedores a migrar para alternativas de código aberto, como Kotlin e Rust.
Apesar da queda, o Java ainda é amplamente utilizado em bancos, instituições financeiras e sistemas que exigem segurança e escalabilidade. No entanto, sua presença em novos projetos diminui a cada ano, sinalizando uma mudança de geração no mundo da programação.
“O Java não está morto, mas precisa se reinventar. O futuro pertence às linguagens que conseguem unir performance e simplicidade”, conclui Vieira.
Camila Andrade
Jornalista especializada em inovação digital e tecnologia da informação. Formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atua na cobertura de startups, inteligência artificial e tendências tecnológicas. Apaixonada por explicar o futuro em linguagem simples e acessível. Área: Tecnologia e Inovação
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